Etnia refere-se a um grupo de pessoas que compartilham origens, traços culturais, histórias e identidade comum. No Brasil, essa diversidade étnica é resultado da influência de povos indígenas, africanos, europeus e asiáticos que moldaram a cultura, os costumes e a formação da sociedade.
Vamos falar sobre racismo?
Raça
O conceito de raça, embora utilizado por muito tempo para classificar seres humanos, foi historicamente associado a teorias que justificavam desigualdades. Hoje, a ciência reconhece que não existem raças humanas biológicas — somos todos parte da mesma espécie.
O racismo não se limita a atitudes individuais ou a palavras ofensivas. Ele faz parte de um processo histórico, cultural e estrutural que, ao longo do tempo, favoreceu alguns grupos enquanto negava oportunidades a outros. Manifesta-se de muitas formas, desde barreiras explícitas até desigualdades sutis no acesso à educação, ao trabalho e à saúde.
No Brasil, a discriminação racial atinge principalmente a população negra e os povos indígenas, refletindo séculos de exclusão e desigualdade. Valorizar a diversidade étnico-racial significa reconhecer essa história e trabalhar ativamente para eliminar as desigualdades.
Ou seja, enquanto o conceito de “raça” foi usado historicamente para justificar desigualdades com base em características físicas, “etnia” diz respeito à identidade cultural de um povo: seus costumes, tradições, origens e valores. Compreender essa diferença é essencial para reconhecer a riqueza da diversidade e enfrentar o racismo de forma consciente e responsável.
Racismo é crime!
A legislação brasileira estabelece que o racismo é crime inafiançável e imprescritível. A Lei nº 7.716/1989 define penas específicas para atos de discriminação racial, e a injúria racial passou a ser considerada uma forma de racismo, com punições severas para quem pratica.
O termo "índio" surgiu do erro dos colonizadores, que acreditavam ter chegado à Índia ao aportar nas Américas. Além de impreciso, ele generaliza mais de 250 povos com culturas e histórias distintas. Já "indígena" reconhece esses povos como os primeiros habitantes do Brasil, respeitando sua identidade e trajetória. Por isso, são considerados também os povos originários.
Racismo individual
Acontece quando uma pessoa, por atitudes ou palavras, discrimina outra em função de sua etnia, cor da pele ou origem. Pode ser direto ou indireto, explícito ou velado.
Racismo estrutural
O racismo estrutural se manifesta nas regras, práticas e costumes de uma sociedade que, ao longo da história, privilegiou determinados grupos e excluiu outros. Ele está presente em desigualdades que parecem “naturais”, mas que resultam de processos históricos de exclusão e opressão.
Racismo institucional
Ação de instituições (Estado, empresas, igreja, etc) pela discriminação contra etnias, seja direta ou indiretamente, velado ou explicitamente.
Em outubro de 2021, o Supremo Tribunal Federal reconheceu que a injúria racial é uma forma de racismo. A injúria ocorre quando alguém ofende a honra de outra pessoa utilizando referências à cor da pele, etnia, origem ou religião, sendo considerada uma expressão do racismo individual.
Entenda o racismo estrutural no Brasil
Direito à vida atrelado à cor da pele
Fonte: Atlas da Violência, 2024
Por que buscamos maior
equidade de etnias
O Brasil é um país construído pela contribuição de diferentes povos e culturas. Ainda assim, pessoas negras, indígenas e migrantes enfrentam barreiras estruturais que limitam seu acesso à educação, ao trabalho e à saúde de qualidade. Com a frente Etnias, o Einstein busca promover maior equidade e representatividade, principalmente de pessoas negras, indígenas e em situação de refúgio, a partir da construção de um ambiente livre de estereótipos, discriminação e racismo. Isso significa reconhecer o valor das diferentes histórias, identidades e experiências, garantindo que todas as pessoas sejam respeitadas e tenham oportunidades reais de desenvolvimento.
Os direcionadores estratégicos desta frente são:
Conscientização e aprendizagem
Atração de talentos para todos os níveis hierárquicos
Condução de projetos de impacto social
O privilégio da educação
Nas 20 melhores escolas privadas do Brasil, menos de 10% dos alunos(as) são negros(as).
Fonte: Censo Escolar, 2020.
48,3% das pessoas negras com 25 anos ou mais concluíram o ensino médio, enquanto entre pessoas brancas esse percentual foi de 61,8%.
Fonte: Pnad Contínua, 2023
Migrantes e pessoas em situação de refúgio chegam a um novo país por motivos distintos. Os migrantes buscam melhores oportunidades, como trabalho e educação. Já as pessoas em situação de refúgio fogem de conflitos, perseguições ou desastres, sem poder retornar com segurança aos seus países. O Brasil tem o compromisso de acolher essas pessoas, garantindo dignidade, direitos básicos e oportunidades para reconstruírem suas vidas.
Conheça as iniciativas institucionais do Einstein para a frente Etnias
Semana da Consciência Negra
Desde 2020, passamos a realizar anualmente a Semana da Consciência Negra, reforçando a importância de reconhecer as desigualdades históricas e valorizar as identidades negras e indígenas. Durante o primeiro evento, foram realizados encontros virtuais com diálogos sobre racismo estrutural, representatividade e o impacto das desigualdades na saúde.
Coalizão Empresarial para a Equidade Racial e de Gênero
Também em 2020, o Einstein aderiu à Coalizão, iniciativa do Instituto Ethos, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e do Institute for Human Rights and Business (IHRB). Esse compromisso tem como propósito estimular a criação e o fortalecimento de políticas públicas e práticas empresariais que promovam ambientes mais diversos e inclusivos.
A Coalizão oferece instrumentos de apoio focados na equidade e na superação das desigualdades raciais e de gênero no mundo do trabalho, reforçando a importância de reconhecer as diferenças como parte da riqueza humana e de garantir oportunidades justas para todas as pessoas.
54% dos(as) brasileiros (as) se autodeclaram negros(as).
Fonte: IBGE, 2021
46,8% da população fora da força de trabalho é parda e 8,9% é preta. Juntas, equivalem a 55,7% da população desempregada.
Fonte: Pnad Contínua, 2021Ações afirmativas:
Metas para atingir a equidade racial
Criação de políticas voltadas a pessoas pertencentes a grupos historicamente discriminados, com o objetivo de ampliar seu acesso a direitos como educação, trabalho, saúde e participação social. Essas ações buscam corrigir desigualdades que não surgiram hoje, mas que resultam de processos históricos e estruturais que perpetuam relações desiguais de poder.
No Einstein, as ações afirmativas têm como foco promover um ambiente mais plural e representativo. Para isso, foram estabelecidas duas metas no Balanced Scorecard (Indicadores Balanceados de Desempenho) das diretorias:
Ampliação da presença de pessoas negras em cargos que exijam nível superior e incentivar a presença de profissionais negros(as) em todas as áreas da organização, garantindo oportunidades reais de desenvolvimento e valorização da diversidade.
Desenvolvimento interno de pessoas negras e promover ações que fortaleçam trajetórias profissionais, ampliem o acesso a formações e criem condições para que cada pessoa possa exercer todo o seu potencial.
Salário corresponde à cor da pele
Entre 2012 e 2019, trabalhadores(as) brancos(as) receberam, em média, até 69,3% a mais do que pretos(as) e pardos(as). Essa diferença reflete desigualdades históricas que ainda impactam o mercado de trabalho.
Fonte: Pnad Contínua, 2020
Iniciativa de Diversidade
Programa Sankofa
O Programa Sankofa foi iniciado em 2022 e é uma iniciativa coletiva liderada por mulheres negras com o objetivo de promover o avanço de profissionais negras em cargos de liderança dentro da organização.
Iniciado com 20 participantes, o programa foi expandido para 84, abrangendo profissionais das posições sênior e pleno.
Programa de Empregabilidade de Pessoas em Situação de Refúgio
Parceria com o Instituto Adus:
O projeto piloto em parceria com o Instituto Adus, organização não governamental que promove a integração de pessoas em situação de refúgio na sociedade brasileira, atua como porta de entrada para esses profissionais no Einstein. Hoje, contamos com colaboradores(as) vindos(as) de países como Angola, Congo, Síria e Venezuela, que recebem acompanhamento próximo para fortalecer seu desenvolvimento e trajetórias de carreira dentro da organização.
Parceria com a Toti:
Reconhecendo a importância de fomentar oportunidades profissionais e promover a inclusão produtiva, em parceria com a Toti — plataforma de ensino em tecnologia dedicada à capacitação de pessoas em situação de refúgio e migrantes —, construímos um curso de formação em Ciência de Dados para cerca de 30 alunos(as). Após a conclusão, esses profissionais terão a oportunidade de participar de processos seletivos na área de tecnologia do Einstein.